Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Mato Grosso foi o estado brasileiro mais afetado por incêndios nos primeiros oito meses do ano, com 16.458 focos registrados até 31 de agosto, representando 19,5% do total nacional. Parques e terras indígenas foram particularmente afetados.
Apesar das chuvas acima da média em agosto, o fogo continuou a se alastrar. Comparando julho, com 1919 focos, com agosto, que teve 7699, houve um aumento de mais de 300%. Em agosto, apenas Pará e Amazonas tiveram mais incêndios, principalmente na Floresta Amazônica.
No Mato Grosso, o bioma mais afetado em agosto foi a Amazônia, com 77% dos focos, seguido pelo Cerrado, com 22,3%, e o Pantanal, com 0,3%. Os municípios com mais registros foram Colniza (1361 focos), Aripuanã (528 focos), Apiacás (417 focos) e União do Sul (408 focos).
Os dados do Inpe mostram que, entre janeiro e agosto de 2022, Mato Grosso teve 18% mais focos de incêndio do que no mesmo período de 2021. Muitos desses incêndios ocorreram em Terras Indígenas (TIs) e áreas de preservação, com a TI Parabubure, TI Paresi e o Parque Indígena no Xingu sendo os mais afetados.
O Instituto Centro de Vida (ICV), usando dados da plataforma Global Fire Emission Database (GFED/NASA), também destacou o risco na Estação Ecológica do Rio Roosevelt, onde 1 mil hectares foram queimados. A Reserva Extrativista Guariba/Roosevelt, uma unidade de conservação de uso sustentável, foi a mais afetada, com 5,1 mil hectares queimados.