A Polícia Federal (PF) apreendeu, no fim da noite da última quarta-feira (16), quatro celulares do advogado Frederick Wassef num restaurante em São Paulo. Dois aparelhos estavam com ele dentro do restaurante e os outros dois estavam no carro do advogado. Havia um mandado de busca e apreensão do celular expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda não havia sido cumprido.
Investigação sobre Presentes:
Wassef está sendo investigado no caso dos supostos presentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que teriam sido vendidos. O advogado Frederick Wassef, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), admitiu que recomprou o relógio da marca Rolex que o ex-mandatário recebeu de presente durante viagem internacional e que, segundo investigações, foi vendido ilegalmente por assessores dele.
Declarações de Wassef:
Apesar disso, Wassef diz que não recomprou o objeto de luxo a pedido de Bolsonaro, mas com seu próprio dinheiro e para cumprir uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). “Sim, fui aos Estados Unidos e comprei o Rolex. O motivo de eu ter comprado esse relógio: não foi Jair Messias Bolsonaro que me pediu. Meu cliente Jair Bolsonaro não tem nada a ver com essa conduta, que é minha, e eu assumo a responsabilidade. Eu fui, eu assumo, eu comprei”, afirmou.
Detalhes da Viagem:
Wassef ainda alegou que não foi “escalado” pelos assessores de Bolsonaro para resgatar o item, argumentando que a viagem aos Estados Unidos, na qual adquiriu o objeto de volta, já estava marcada para seu período de férias. “Dizer que eu fui selecionado pelos assessores do presidente para fazer o resgate é mentira”, afirmou.
Operação da PF:
A PF cumpriu mandados de busca e apreensão na última sexta-feira (11) contra Frederick Wassef; o general Mauro César Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid; e o tenente do Exército Osmar Crivelatti, outro ex-ajudante de Bolsonaro. Eles são investigados por utilizar a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial — dados de presente por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro — por meio da venda desses itens em países do exterior.
Desdobramentos da Investigação:
A investigação da PF aponta, até o momento, que os valores obtidos dessas vendas ilegais foram convertidos em dinheiro em espécie e incluídos no patrimônio pessoal dos investigados. A PF solicitou as quebras de sigilo fiscal e bancário do ex-presidente Bolsonaro e de sua esposa e ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, para aprofundar as investigações do caso. Além disso, também já deu início a uma perícia no celular do pai de Mauro Cid.