Dólar sobe a R$5,85; Guerra comercial pressiona mercados

Dólar sobe a R$5,85; Guerra comercial pressiona mercados

Nesta segunda-feira (10), o dólar fechou em alta expressiva, cotado a R$ 5,8515, refletindo preocupações dos investidores com a guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos. O aumento de 1,06% foi impulsionado pela incerteza global após novas declarações do presidente americano, Donald Trump, sobre possíveis impactos negativos na economia norte-americana.

Em entrevista recente à Press, Trump admitiu a possibilidade de recessão devido às suas políticas tarifárias, reconhecendo que poderia haver um período de preços mais altos até que as medidas tenham efeito positivo. “Essas coisas levam tempo”, afirmou o presidente americano.

O receio principal é que as tarifas elevem significativamente a inflação dos EUA, obrigando o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) a aumentar novamente as taxas de juros. Caso isso aconteça, pode haver uma retração no consumo e desaceleração econômica, ampliando o risco de uma recessão prolongada.

Repercussão no Brasil

No cenário doméstico, o Ibovespa fechou com queda de 0,41%, aos 124.519 pontos, acompanhando o clima internacional de incertezas. Os investidores brasileiros também estão atentos aos próximos dados econômicos nacionais, como produção industrial, setor de serviços e inflação, que devem ser divulgados nesta semana.

O relatório “Focus”, publicado hoje pelo Banco Central do Brasil, mostrou que a expectativa de inflação para 2025 subiu de 5,65% para 5,68%, cada vez mais distante do teto da meta oficial de 4,5%.

Medidas fiscais preocupam mercado

O mercado brasileiro também reagiu às recentes medidas fiscais anunciadas pelo governo federal para conter o aumento nos preços dos alimentos. O vice-presidente Geraldo Alckmin revelou planos para zerar tarifas de importação sobre produtos como carne, café, açúcar, milho e azeite de oliva. Economistas já estimam perdas de arrecadação próximas de R$ 1 bilhão por ano.

As medidas, apesar de populares, trouxeram dúvidas sobre os impactos fiscais nas contas públicas brasileiras, levando analistas a recomendar cautela.

Enquanto isso, o presidente Lula mencionou que não descarta adotar ações mais drásticas caso o preço dos alimentos continue subindo.

Impacto global das tarifas americanas

As incertezas tarifárias norte-americanas não afetam apenas os EUA e o Brasil. A União Europeia demonstrou preocupação quanto às políticas comerciais de Trump, destacando dificuldades nas negociações para evitar retaliações mútuas, que poderiam prejudicar o crescimento global.

O mercado segue atento aos próximos passos, especialmente com novos indicadores econômicos dos EUA e da China, fundamentais para determinar o rumo dos investimentos globais.

Fontes: Metropolis, G1 Globo