Após a repercussão negativa de suas declarações sobre Israel, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou com Celso Amorim, ex-chanceler e atual assessor da Presidência para assuntos internacionais. O encontro ocorreu no Palácio da Alvorada, logo após Israel declarar Lula ‘persona non grata’ por suas comparações entre a reação israelense aos ataques do Hamas e o extermínio de judeus por Hitler.
Israel adotou essa medida como resposta às declarações de Lula, feitas durante uma entrevista na Etiópia, onde criticou a suspensão de financiamentos a uma agência da ONU por parte de governos ocidentais, após acusações de envolvimento de funcionários da agência com ataques do Hamas.
Celso Amorim, em conversa com a colunista Andréia Sadi da CNN, descreveu a reação israelense como absurda. O governo de Israel também convocou o embaixador brasileiro para uma reprimenda, em uma das várias respostas à fala de Lula, que reiterou a necessidade de paz no Oriente Médio e a criação de um Estado Palestino, durante suas visitas ao Egito e à Etiópia.
A comparação feita por Lula provocou críticas intensas, incluindo da Confederação Israelita do Brasil e do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que acusou Lula de banalizar o Holocausto. Amorim afirmou que não há motivo para desculpas da parte de Lula, apesar da exigência israelense por um pedido de desculpas oficial.
Este incidente destaca as tensões nas relações internacionais e a complexidade dos conflitos no Oriente Médio, com Lula mantendo uma postura crítica em relação às ações de Israel em Gaza e defendendo a solução de dois Estados para a paz na região.