O presidente da Junta de Freguesia do Bonfim, João Ricardo Aguiar, revelou que “mais de cem pedidos de atestados” de residência foram feitos para apenas “duas ou três moradas” no bairro do Bonfim, na cidade do Porto.
Segundo o Jornal de Notícias (JN), desde o final do ano passado, a procura por atestados de residência aumentou significativamente na região. Em janeiro deste ano, a Junta emitiu mais de 2.500 atestados, a maioria para imigrantes magrebinos. No mesmo mês do ano anterior, esse número foi de apenas 686.
Apesar do crescimento expressivo, o autarca afirmou que a Junta “não tem como negar” os pedidos, já que a legislação permite a emissão dos atestados se todos os documentos exigidos forem apresentados.
Suspeitas Levam Caso às Autoridades
O elevado número de pedidos para as mesmas moradas chamou a atenção da Junta, que decidiu comunicar a situação às autoridades competentes.
De acordo com a investigação do JN, uma das moradas suspeitas é um aparthotel próximo à estação de comboios de Campanhã. No local, mais de cem pessoas solicitaram atestados de residência apresentando contratos de arrendamento válidos por seis meses, com aluguel mensal de 450 euros.
Fraudes em Expansão
A situação não parece ser isolada. Fontes policiais informaram ao Jornal de Notícias que “outros hostels da cidade podem estar emitindo contratos de arrendamento falsos”.
Outra morada suspeita é um apartamento T2 na Rua de Coutinho de Azevenho, onde, segundo declarações dos próprios imigrantes, residiriam mais de cem pessoas. Um cenário semelhante foi identificado em uma residência na Rua de D. João IV.
As autoridades agora investigam a veracidade dos contratos e possíveis irregularidades nas moradias superlotadas.