A Alemanha inicia uma nova era no tratamento do uso recreativo de maconha, legalizando-a a partir desta segunda-feira, apesar das críticas de conservadores e profissionais da saúde. Com a nova lei, adultos podem portar até 25 gramas em vias públicas, cultivar até 50 gramas, e possuir três plantas de cannabis em casa.
A legalização coloca a Alemanha ao lado de Malta e Luxemburgo como um dos países mais liberais da Europa no uso recreativo de cannabis. Em contraste, os Países Baixos, conhecidos por sua política liberal anterior, adotaram medidas mais restritivas para diminuir o turismo de cannabis.
Apesar da legalização entrar em vigor imediatamente, a compra legal de maconha em clubes sociais de cannabis só será possível a partir de julho, com a criação de clubes que podem ter até 500 membros e distribuir até 50 gramas por mês por pessoa.
A legalização enfrenta oposição do governo conservador e entidades de saúde, preocupadas com os efeitos negativos no desenvolvimento dos jovens. A polícia também expressa preocupações com a aplicação da nova legislação, antevendo conflitos e desafios na fiscalização das regras.
A reforma, defendida pelo governo de Olaf Scholz como meio de combater o mercado negro, inclui uma anistia para crimes relacionados à maconha, provocando debates sobre a sobrecarga do sistema judiciário. Líderes da oposição prometem revogar a lei caso vençam as próximas eleições, enquanto defensores argumentam que a medida é um passo para uma regulação mais responsável.
A Associação Alemã de Cannabis celebrou a nova legislação com eventos de consumo público, evidenciando o marco na liberalização do uso da cannabis, enquanto vozes contrárias alertam sobre as possíveis consequências negativas, especialmente entre os jovens. O governo se compromete a lançar campanhas sobre os riscos do consumo, tentando mitigar os impactos da liberalização sobre a saúde pública e a segurança.
A legalização do uso recreativo da maconha na Alemanha marca um ponto de virada significativo na política de drogas do país, refletindo as tensões entre a liberalização, as preocupações de saúde pública e as questões legais e de segurança envolvidas. A medida abre caminho para uma nova abordagem na gestão do consumo de cannabis, enquanto destaca os desafios e debates que acompanham tais mudanças legislativas.