Bolsonaro pressionou ministro da Defesa para mudar relatório sobre urnas, diz Cid em delação

Bolsonaro pressionou ministro da Defesa para mudar relatório sobre urnas, diz Cid em delação

Cid Revela Pressão de Bolsonaro por Relatório que Indicasse Fraude nas Urnas

Em depoimento impactante, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro pressionou o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, para alterar um relatório técnico e incluir alegações de fraude nas urnas eletrônicas. As declarações, parte de sua delação premiada, foram divulgadas pelo ministro Alexandre de Moraes (STF) nesta quinta-feira (20).

A Ordem de Bolsonaro

“O presidente queria que [o relatório] escrevesse que tivesse fraude”, revelou Cid, explicando que Bolsonaro buscava um texto que contradissesse a confiabilidade do sistema eleitoral – já atestada pelo TSE.

O “Meio-Termo” Forjado

Sob pressão, o Ministério da Defesa elaborou uma versão ambígua, sugerindo que fraudes “não poderiam ser descartadas” devido à suposta falta de auditabilidade do sistema. A justificativa, porém, foi desmentida publicamente pelo TSE, que comprovou a transparência das urnas.

Esperança em Prova Inexistente

Segundo Cid, Bolsonaro mantinha esperança até o último momento de encontrar “uma prova cabal” de fraude. O próprio militar, no entanto, admitiu: “Se pegar minhas mensagens antigas, verá que eu dizia não haver fraude”.

Repercussão e Emoção

Os vídeos da delação – que incluem momentos em que Cid chora ao falar sobre o vazamento de áudios de sua filha – detalham como a cúpula do governo Bolsonaro orquestrou narrativas falsas para minar a credibilidade eleitoral.

Por que isso importa?

As revelações reforçam as investigações sobre tentativas de golpe pós-eleições de 2022 e expõem a articulação para deslegitimar o processo democrático.

Destaque

“Acabou saindo um meio-termo entre o que o presidente queria e o trabalho técnico do ministro” – Mauro Cid sobre o relatório manipulado.

Próximos Passos

As provas devem embasar processos no STF, incluindo o inquérito sobre ataques à democracia, com possíveis novas denúncias contra Bolsonaro e aliados.

Fontes adicionais: Agência Brasil, Estadão, G1 Globo