O Brasil desempenha um papel crucial como mediador nos debates para fomentar a democracia na Venezuela. Esse esforço ganhou destaque após a Suprema Corte venezuelana barrar a candidatura presidencial de Maria Corina Machado, figura central da oposição ao presidente Nicolás Maduro. Como parte de uma coalizão internacional, o Brasil visa incentivar o cumprimento do acordo firmado em outubro de 2023, que prevê a realização de eleições presidenciais no país.
Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reforçou o compromisso do Brasil com a democracia em recente conversa com Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela. O Brasil reitera a importância de ambas as partes, governo e oposição, honrarem o acordo de outubro de 2023, que delineia as bases para as eleições presidenciais, mediadas pela Noruega e apoiadas por países como os Estados Unidos e o próprio Brasil.
O impasse na candidatura de Maria Corina Machado provocou a imposição de sanções americanas contra a Venezuela, uma medida que o Brasil, tradicionalmente, se opõe. O governo brasileiro argumenta que tais sanções violam o direito internacional e prejudicam diretamente a população venezuelana. Neste contexto, o Brasil favorece a continuidade do diálogo e incentiva a construção de confiança mútua entre as partes.
Na sequência das sanções reintroduzidas pelos Estados Unidos, o Brasil iniciou contatos com Washington e Caracas para aliviar as tensões. Essas conversas, ainda em fase exploratória, são conduzidas tanto pelo assessor especial da presidência, Celso Amorim, quanto por diplomatas do Ministério das Relações Exteriores. O objetivo é fomentar um processo de negociação que, apesar de demandar tempo, é visto como essencial para a estabilidade política e social da Venezuela.