A morte da cantora irlandesa Sinéad O’Connor não está sendo tratada como suspeita, diz a polícia, após ela ser encontrada sem resposta em uma casa em Londres.
Tributos têm sido prestados à artista de 56 anos, que alcançou fama global com sua versão da balada Nothing Compares 2 U.
Uma declaração da Polícia Metropolitana disse: “A polícia foi chamada às 11:18hrs de quarta-feira, 26 de julho, para relatos de uma mulher sem resposta em um endereço residencial na área SE24.
“Os oficiais compareceram. Uma mulher de 56 anos foi declarada morta no local. Os familiares mais próximos foram notificados. A morte não está sendo tratada como suspeita.”
A notícia da morte de O’Connor foi divulgada na quarta-feira e foi confirmada em um comunicado de sua família, que disse estar “devastada”.
Figuras do mundo da música e além têm lamentado a perda.
“O que a Irlanda perdeu em uma idade tão relativamente jovem é uma das nossas maiores e mais talentosas compositoras, cantoras e performers das últimas décadas, uma que tinha um talento único e uma conexão extraordinária com seu público, todos que tinham tanto amor e calor por ela”, disse o presidente irlandês Michael D. Higgins em uma declaração enviada à CNN.
“Que seu espírito encontre a paz que ela buscou de tantas maneiras diferentes”, concluiu sua declaração.
“Espero que você esteja em paz”, escreveu a atriz Caitriona Balfe em sua página no Instagram, acrescentando “e com seu bebê. Obrigada por compartilhar sua alma conosco e nos acalmar com sua voz incrível, linda Sinéad.”
O’Connor contribuiu com seus vocais para os créditos de abertura da 7ª temporada da aclamada série “Outlander”, na qual Balfe estrela. A menção da atriz ao “bebê” de O’Connor foi uma referência ao filho da cantora, Shane, que morreu por suicídio aos 17 anos em 2022.
Belinda Carlisle, vocalista principal da banda de rock feminina dos anos 80, The Go-Gos, escreveu “que ela encontre paz agora. Eternamente amada”, em sua página no Twitter na quarta-feira, enquanto a cantora e compositora Melissa Etheridge escreveu em sua página que a notícia da morte de O’Connor “é uma tragédia”.
“Que perda. Ela foi atormentada durante toda a sua vida. Que talento”, continuou Etheridge. “Lembro-me do meu primeiro Grammy conhecendo essa pequena irlandesa tímida.”
Shirley Manson, vocalista do Garbage, postou em homenagem a O’Connor na página da banda no Instagram, escrevendo, “Estou de coração partido.”
“Este mundo nojento a quebrou e continuou a quebrando. Vá em paz, querida pomba frágil”, continuou o post. “Obrigado por toda a beleza e todos os ensinamentos sábios que você nos ofereceu. Eu desejo a você nada além de paz e te amarei por toda a eternidade.”
O’Connor ficou tão conhecida por sua vida conturbada quanto por sua música. Nascida em Dublin em 1966, O’Connor falava frequentemente de sua difícil infância como a terceira de quatro filhos. Sua mãe, ela disse, era problemática e abusiva.
Enviada para uma escola de reforma como adolescente após ser pega furtando, O’Connor se voltou para a música em busca de consolo e foi descoberta aos 15 anos pelo baterista da banda In Tua Nua enquanto cantava em um casamento.
Seu primeiro álbum, “The Lion and the Cobra”, foi lançado com aclamação em 1987, mas foi o segundo álbum de O’Connor, “I Do Not Want What I Haven’t Got”, que a estabeleceu como uma artista conhecida.
Sua interpretação da música “Nothing Compares 2 U” do Prince chegou ao nº 1 em 1990 e foi indicada para vários Grammys.
Em 1992, O’Connor fez manchetes ao redor do mundo após uma performance controversa no “Saturday Night Live”, na qual ela rasgou uma foto do Papa João Paulo II ao meio enquanto dizia “Lute contra o verdadeiro inimigo”. O incidente foi ridicularizado e acabou prejudicando a carreira de O’Connor por causa da indignação.
Nos últimos anos, O’Connor foi aberta sobre sua luta contra o vício e a saúde mental, e detalhou sua experiência em suas memórias de 2021, “Rememberings”.
