O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), negou ter sido coagido durante o processo de sua colaboração premiada. Este depoimento veio à luz um dia após revelações de áudios pela revista Veja, onde Cid indicava pressões por parte dos investigadores.
Contradições e Esclarecimentos:
Durante a sessão no STF, Mauro Cid adotou uma postura cautelosa, distinta daquela percebida nos áudios divulgados, reconhecendo a autoria das gravações mas as descrevendo como um desabafo em um “momento ruim”. Apesar das alegações anteriores de que a sentença já estaria pronta por Alexandre de Moraes, Cid esclareceu que foram comentários impensados, fruto de frustração.
Manutenção da Delação Premiada:
Cid expressou o desejo de manter o acordo de delação premiada conforme estabelecido, reafirmando o conteúdo de suas declarações anteriores ao tribunal. Ele também comentou sobre as dificuldades pessoais enfrentadas desde o início do processo, incluindo o impacto nos familiares e a perda de vida social.
Detenção e Consequências Legais:
Após o depoimento, Mauro Cid foi detido por obstrução de Justiça, uma decisão do STF baseada na análise dos áudios e das ações do militar. A prisão marcou uma reviravolta no caso, com a busca e apreensão em sua residência e a prisão efetivada na Polícia do Exército, em Brasília.
Reações e Procedimentos Médicos:
O ex-ajudante passou mal e desmaiou após a decisão de prisão, sendo atendido por uma equipe médica. Este incidente destacou o intenso estresse enfrentado por Cid ao longo do processo judicial.
Implicações do Caso:
Este caso lança luz sobre as complexas dinâmicas entre as autoridades judiciais e as figuras políticas envolvidas, além de suscitar debates sobre a legalidade e a pressão exercida em processos de delação premiada. A divulgação do depoimento por Alexandre de Moraes visava esclarecer quaisquer dúvidas sobre a voluntariedade da colaboração de Cid, mas também evidenciou as tensões subjacentes ao inquérito.
O depoimento de Mauro Cid ao STF representa um momento significativo na investigação das ações do governo Bolsonaro, refletindo os desafios enfrentados pelos envolvidos na apuração de possíveis atos ilícitos. A determinação de Cid em manter sua delação, apesar das adversidades e contradições, sublinha a complexidade das questões jurídicas e políticas em jogo.