Bolsonaro viajou para os EUA no final do mês passado, dois dias antes do fim de seu mandato, pulando a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os democratas do Congresso pressionaram o presidente Joe Biden a expulsar Bolsonaro dos EUA depois que seus apoiadores vandalizaram prédios do governo em Brasília em 8 de janeiro, protestando contra a vitória de Lula e tentando derrubá-lo.
“A extrema esquerda nos EUA desempenha o papel da extrema esquerda aqui. Eles pressionam por uma questão política”, disse o senador Flávio Bolsonaro a repórteres em Brasília. “Acredito que os EUA são um país sério que não fará nada ilegal.”
Flávio Bolsanaro disse que o pai entrou nos EUA com visto diplomático e que, se ainda não fez a conversão para o visto de turista, vai fazer.
O Departamento de Estado diz que um indivíduo tem 30 dias para deixar os EUA ou alterar o status do visto após deixar o serviço governamental.
Biden poderia ter autoridade para declarar Bolsonaro persona non grata e mandá-lo sair do país. Mas essa medida é geralmente usada para um diplomata estrangeiro, não para um ex-chefe de Estado, e não está claro se ela se aplica a esse caso.
Em casa, Bolsonaro enfrentará o escrutínio das autoridades brasileiras que autorizaram uma investigação sobre seu suposto papel nos distúrbios de 8 de janeiro. Se Bolsonaro acreditasse que corria o risco de prisão ao voltar para casa, poderia pedir asilo ou contestar uma ação para extraditá-lo nos tribunais dos EUA.
O filho de Bolsonaro disse que o pai está “muito tranquilo” e acompanha o que está acontecendo em sua terra natal “com a consciência tranquila de que deu o melhor de si pelo Brasil”.
“Ele está descansando. Vocês já tiraram férias? disse o senador aos repórteres. “Pode ser amanhã, pode ser daqui a seis meses, ele nunca mais pode voltar. Não sei.”
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro voltou ao Brasil em um voo que pousou na capital do país na noite de quinta-feira, informou a mídia local.
Flávio Bolsonaro disse ainda que o estado de saúde do pai está bom, mas que ele pode ter que passar por uma cirurgia. O procedimento seria o mais recente de uma série de cirurgias intestinais que o líder conservador exigiu desde que foi esfaqueado no abdômen durante um comício de campanha em 2018.