Com nove meses de antecedência para a Cúpula do Clima da ONU deste ano, a COP30, os preços das hospedagens em Belém, cidade-sede no Brasil, estão causando espanto e podem até afastar participantes do primeiro evento realizado na Floresta Amazônica.
A escassez de acomodação e o alto interesse estão levando proprietários e empresas de aluguel a cobrarem valores exorbitantes. Em plataformas como Booking.com, um dos últimos quartos disponíveis, um apartamento simples, está anunciado por US$ 15.266 para uma pessoa—um aumento de 9.562% em relação aos atuais US$ 158 pela mesma categoria. Uma estadia de 15 dias durante a conferência em novembro totalizaria US$ 228.992, valor suficiente para comprar um apartamento de quatro quartos em um dos melhores bairros de Belém.
No Airbnb, um quarto com banheiro compartilhado em Ananindeua, cidade vizinha mais pobre, é listado por US$ 9.320 por dia, enquanto hoje poderia ser alugado por apenas US$ 11. Em bairros mais nobres, o aluguel de um apartamento para oito pessoas chega a US$ 446.595 por duas semanas.
O arquiteto e influenciador digital local Renato Balaguer brincou sobre um apartamento deteriorado anunciado por US$ 10.000 para 11 dias: “Esse me assustou”. Em outro post que viralizou, ele comentou: “Isso é como colocar gringos em cativeiro. Prisão ilegal é crime!”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se posiciona como defensor do meio ambiente, comemorou o fato de sediar o evento na Amazônia, que desempenha papel crucial na regulação do clima ao armazenar grandes quantidades de dióxido de carbono.
Este ano também é crucial para o processo anual, pois os países devem apresentar compromissos atualizados para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Além disso, grupos civis estão particularmente interessados em participar, já que o Brasil permite protestos e expressão livre—liberdades severamente restringidas nos últimos três países anfitriões: Azerbaijão, Emirados Árabes Unidos e Egito.
Fontes adicionais: Associated Press