O prefeito de Nova York, Eric Adams, anunciou que permitirá que agentes do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) atuem na prisão de Rikers Island. A decisão foi tomada após uma reunião com Thomas Homan, chefe da imigração do governo Donald Trump.
Adams afirmou que a presença do ICE ajudará nas investigações sobre crimes violentos e gangues, mas a medida gerou forte resistência de defensores dos direitos dos imigrantes. Organizações como a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) criticaram a decisão, chamando-a de “violação das proteções de cidade santuário”.
Pressão e negociações com o governo Trump
A decisão de Adams ocorre em um momento delicado. O Departamento de Justiça ordenou a retirada das acusações de corrupção contra o prefeito para que ele pudesse cooperar com a agenda de imigração de Trump. No entanto, as acusações seguem ativas e podem ser reavaliadas após a eleição municipal de novembro.
Além disso, Adams também discutiu com Homan a restituição de US$ 80 milhões em fundos federais destinados ao abrigo de imigrantes, retirados recentemente pelo governo. Nova York enfrenta uma crise migratória, abrigando cerca de 230 mil imigrantes nos últimos anos, muitos vindos da fronteira sul dos EUA.
Renúncia de quatro vice-prefeitos agrava crise
A polêmica ganhou mais força após a renúncia de quatro vice-prefeitos de Nova York, incluindo Maria Torres-Springer e Meera Joshi, líderes em habitação e operações da cidade. A saída dos funcionários ocorre após acusações de que Adams teria negociado um “toma-lá-dá-cá” com o Departamento de Justiça para garantir benefícios políticos e financeiros.
Reação de Adams e o futuro político
Adams defendeu sua decisão e disse que está focado na segurança pública e cooperação com o governo federal. Ele também tentou convencer seus vice-prefeitos a permanecerem, sem sucesso.
À medida que enfrenta uma disputa acirrada nas primárias democratas em junho, Adams tenta equilibrar sua posição diante do governo Trump, enquanto sua base progressista se afasta. O impacto político dessa crise pode ser decisivo para seu futuro como prefeito de Nova York.
Como essa medida pode afetar os brasileiros indocumentados?
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Aumento no risco de deportação
- Com agentes do ICE atuando em Rikers Island, imigrantes detidos por infrações menores podem acabar sendo entregues às autoridades federais.
- Antes, Nova York seguia regras de “cidade santuário”, limitando a cooperação entre polícia local e agentes de imigração. Agora, essa proteção pode ser enfraquecida.
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Maior vigilância e investigações
- O ICE poderá trabalhar junto ao Departamento de Correções da cidade para monitorar e investigar indivíduos dentro do sistema criminal, aumentando o risco de deportação para quem estiver detido, mesmo por infrações pequenas.
- Isso pode levar a uma maior sensação de insegurança entre os imigrantes, que podem evitar denunciar crimes por medo de serem investigados.
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Pressão para que Adams flexibilize ainda mais as regras
- O governo Trump quer endurecer a repressão contra imigrantes sem documentos, e a pressão sobre Adams pode resultar em mudanças ainda mais severas na política da cidade.
- Se o prefeito ceder, as restrições que impedem o ICE de acessar escolas, hospitais e serviços sociais podem ser revistas, afetando o cotidiano de muitos imigrantes.
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Impacto psicológico e econômico
- Muitos brasileiros indocumentados trabalham em setores como construção civil, limpeza e serviços gerais, e o medo de deportação pode levá-los a evitar empregos onde há fiscalização ou até deixar de comparecer ao trabalho.
- Famílias podem ser separadas caso um dos membros seja detido, criando um impacto emocional devastador.
O que os brasileiros podem fazer para se proteger?
- Ficar informados: acompanhar organizações de apoio aos imigrantes e entender seus direitos. ACLU Direito do Imigrante
- Evitar interações desnecessárias com a polícia: mesmo pequenas infrações podem levar à detenção.
- Consultar um advogado de imigração: verificar possibilidades de regularização e entender o que fazer em caso de abordagem do ICE.
- Ter um plano familiar: caso um membro da família seja detido, é essencial ter contatos e estratégias definidas para garantir o bem-estar das crianças e outros dependentes.
A situação ainda pode mudar, dependendo da reação política e da resistência de ativistas pró-imigrantes em Nova York. No entanto, brasileiros indocumentados precisam estar atentos, pois a repressão pode aumentar nos próximos meses.
Fontes adicionais: CNN Brasil, Gazeta Brazilian News, ABC 7, Yahoo News, AP