Segundo parlamentares do colegiado, a movimentação financeira de Wassef pode ajudar a esclarecer o que chamam de um “projeto de golpe de Estado”. Integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro querem ouvir o advogado Frederick Wassef sobre a recompra do relógio Rolex.
Valorização do Relógio e Dívidas de Wassef:
O relógio é avaliado em US$ 68 mil (mais de R$ 300 mil), mesmo com o advogado apresentando dívidas de condomínio, imposto e multa de trânsito, segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo publicada no sábado (26).
Esquema de Joias e Posição da Senadora:
A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) afirmou que a CPMI já pretendia chamar Wassef por causa de seu envolvimento no esquema suspeito de desvio e venda ilegal de presentes recebidos por Jair Bolsonaro (PL) enquanto ocupava a Presidência. Agora, na avaliação da senadora, a decisão sobre a convocação tende a ser acelerada.
Requerimentos e Operação Lucas 2 12:
Atualmente, há seis requerimentos que pedem a convocação de Wassef como testemunha na CPMI do 8 de Janeiro, além de três pedidos de quebra de sigilo – todos na esteira da Operação Lucas 2 12, da Polícia Federal, sobre a venda de joias e presentes no exterior por aliados de Bolsonaro.
Viagem a Miami e Recuperação do Rolex:
Em março deste ano, Wassef viajou para Miami, nos Estados Unidos, para recuperar um relógio Rolex doado para o ex-presidente e vendido pelo general Mauro César Lourena Cid, pai de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-chefe do Executivo.
Declaração de Wassef:
“Eu comprei o relógio. A decisão foi minha. Usei meus recursos. Eu tenho a origem lícita e legal dos meus recursos. Eu tenho conta aberta nos Estados Unidos em um banco em Miami e usei o meu dinheiro para pagar o relógio. Então, o meu objetivo quando eu comprei esse relógio era exatamente devolvê-lo à União, ao governo federal do Brasil, à Presidência da República”, afirmou o advogado, após ser alvo da Lucas 2 12.
Depoimentos Simultâneos e Investigação das Joias:
Na semana passada, a PF intimou Wassef, Bolsonaro e outras seis pessoas a prestarem depoimento sobre o caso das joias no próximo dia 31. A escolha pela realização de vários depoimentos ao mesmo tempo é para evitar que os depoentes combinem versões. A PF quer saber de onde partiu a ideia para vender as joias e relógios recebidos de presente da Arábia Saudita, para quem foram vendidos, e como foi o processo de recompra e retorno de alguns itens para o Brasil.