A temperatura média do ar na superfície atingiu 13,23°C, superando a média de 1991-2020 em 0,79°C. Mesmo com a influência do fenômeno La Niña, que costuma resfriar o clima, o aquecimento foi intenso.
Áreas mais afetadas
As temperaturas acima da média foram registradas principalmente no sudeste da Europa, Canadá, Alasca, Sibéria, América do Sul, África, Austrália e Antártica. Em contraste, o norte da Europa, Estados Unidos e partes da Ásia tiveram temperaturas abaixo da média.
Impacto nos oceanos
A temperatura média da superfície do mar foi de 20,78°C, a segunda mais alta para janeiro, ficando apenas 0,19°C abaixo do recorde de janeiro de 2024.
Chuvas intensas e inundações
Além do calor, janeiro foi mais úmido do que a média, com chuvas intensas na Europa Ocidental, Canadá, Rússia, Austrália, sul do Brasil e sudeste da África, resultando em inundações.
O que a ciência diz sobre o recorde de calor em janeiro de 2025?
Os cientistas alertam que o recorde de calor registrado em janeiro de 2025 faz parte de uma tendência acelerada de aquecimento global, impulsionada principalmente pelas atividades humanas. Aqui estão os principais pontos com base na ciência climática:
1. Mudanças climáticas e aquecimento global
O aumento de 1,75°C acima do nível pré-industrial reforça a evidência de que o planeta está se aproximando – e, em alguns meses, ultrapassando – o limite de 1,5°C estabelecido no Acordo de Paris.
Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), esse aquecimento está relacionado à queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás), que emitem gases de efeito estufa (GEE), como o dióxido de carbono (CO₂) e o metano (CH₄).
- Dados científicos confirmam que os últimos dez anos foram os mais quentes da história moderna.
2. Impacto nos oceanos e eventos extremos
A temperatura dos oceanos também bate recordes preocupantes. Com 20,78°C na superfície oceânica, os mares retêm mais calor, intensificando eventos climáticos extremos.
- Furacões e tempestades: Oceanos mais quentes geram ciclones mais intensos e prolongados.
- Secas e calor extremo: Ondas de calor marinhas impactam ecossistemas costeiros, afetando a pesca e o clima global.
- Degelo acelerado: O aquecimento dos mares contribui para o derretimento das calotas polares e aumento do nível do mar.
3. Chuvas extremas e padrões climáticos alterados
O aumento da umidade e do calor no planeta resulta em eventos extremos, como as inundações registradas na Europa, Canadá, Brasil e Austrália.
Os cientistas do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF) explicam que o aquecimento influencia a circulação atmosférica, causando períodos de chuvas intensas em algumas áreas e secas prolongadas em outras.
- Fenômenos como El Niño e La Niña influenciam a distribuição do calor, mas o efeito humano é dominante.
4. O que pode ser feito?
Os cientistas alertam que é necessário reduzir drasticamente as emissões de CO₂ para evitar impactos irreversíveis. Algumas das medidas sugeridas incluem:
- Transição energética – Substituir combustíveis fósseis por energias renováveis (solar, eólica, hidrelétrica).
- Descarbonização da indústria – Tecnologias de captura de carbono e eficiência energética.
- Reflorestamento e conservação – Florestas são essenciais para absorver CO₂.
- Mudança de padrões de consumo – Redução do desperdício e maior uso de transportes sustentáveis.