Em seu pronunciamento, Lula declarou que o Brasil cumprirá sua parte no combate ao desmatamento, com a meta de alcançar o desmatamento zero na Amazônia até 2030. Ele destacou que esse compromisso foi assumido antes, durante e depois de sua campanha política.
Ao lado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Lula ressaltou que as transições energética e climática são prioridades para o Brasil.
Durante o evento, espera-se que a União Europeia apresente uma nova agenda de investimentos para a América Latina, com foco na transição verde e digital. Além dos representantes governamentais, o encontro conta com a participação do setor privado e de bancos de financiamento, que discutem as oportunidades de investimento em áreas como energias renováveis, transporte, infraestrutura, digitalização e conectividade.
A cúpula em Bruxelas conta com a presença dos 33 presidentes dos países da América Latina e do Caribe, juntamente com os líderes das 27 nações que compõem a União Europeia, totalizando 60 países. Os dois blocos não se reuniam desde 2015. O Brasil havia saído da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) em 2019, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), mas retornou ao grupo no início deste ano.
Além disso, Lula afirmou que o Brasil pretende concluir um acordo “equilibrado” entre o Mercosul e a União Europeia ainda este ano, durante a reunião do fórum empresarial União Europeia (UE)-América Latina. Ele ressaltou a importância de um acordo que permita que as partes enfrentem os desafios presentes e futuros.
Ursula von der Leyen expressou sua intenção de concluir o pacto “o mais rápido possível”, apesar das divergências que têm dificultado as negociações iniciadas em 1999.
Leia o pronunciamento completo:
Bem, para o Brasil é extremamente produtivo esse regresso à União Europeia. O nosso país ficou seis anos afastado de qualquer atividade de política internacional, menosprezando a importância daquilo que significa relações diplomáticas, relações exteriores, comércio exterior, e nós voltamos ao governo para colocar o Brasil no centro da disputa do protagonismo internacional.
Todo mundo sabe que o Brasil é um país que tem uma forte tendência na produção de energia renovável. Hoje nós temos praticamente 87% de nossa energia elétrica renovável. Nós temos 50% da matriz energética renovável contra 15% do restante do mundo. A transição energética e a transição climática, presidenta, passa a ser prioridade no nosso governo. Esse é o assunto que sei que é de interesse da União Europeia, é de muito interesse do Brasil.
E este ano, ao apresentarmos agora no mês de agosto um programa de desenvolvimento do Brasil, estará incluído nesse programa um grande programa de transição energética. Programa esse que nós queremos convidar a União Europeia a participar. A participar porque será possivelmente o mais profundo programa de transição energética feito nessa época num país em desenvolvimento.
O Brasil, todo mundo sabe, vai cumprir com sua parte na questão do clima. Nós temos um compromisso com o desmatamento zero na Amazônia até 2030. Esse é um compromisso assumido antes, durante e depois de uma campanha política.
É um compromisso, eu diria, quase que de fé, não apenas meu, mas do povo brasileiro. Queremos nesse debate fazer com que a União Europeia compreenda a necessidade de que existe na Amazônia sul-americana 50 milhões de habitantes que precisam ter condições de sobrevivência digna e decente.
É por isso que nós vamos ter um grande encontro na cidade de Belém, nos dias 8 e 9 de agosto, envolvendo todos os países amazônicos, e convidamos os dois Congos, e convidamos a Indonésia, para que a gente possa discutir com o mundo a preservação das florestas que o mundo tanto precisa. Por isso, para mim, é um orgulho estar aqui hoje e poder debater um pouco do Brasil e da América Latina.