A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) destacou melhorias nos tempos de espera das urgências do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de Portugal. No entanto, há preocupações crescentes com a sustentabilidade da renovação das horas extraordinárias dos médicos.
Xavier Barreto, presidente da APAH, expressou otimismo cauteloso, mencionando que a melhoria nos tempos de espera foi possível devido ao regresso dos médicos às horas extraordinárias, reduzindo assim as falhas nas escalas de urgência. Contudo, Barreto ressaltou que o ‘plafond’ das 150 horas extra anuais está a esgotar-se lentamente, antevendo problemas futuros.
Ele enfatizou a necessidade de medidas preventivas para atenuar o impacto dessa situação. Barreto argumentou que a experiência recente deveria servir de lição, sugerindo uma reorganização da rede hospitalar para minimizar os danos aos pacientes.
Portugal atravessa um período desafiador, onde a reestruturação da rede de urgências é complicada, mas necessária. Barreto destacou a dificuldade em garantir um número suficiente de camas de internamento, enfermaria e cuidados intensivos.
Ele mencionou a inviabilidade de contratar 4.000 médicos necessários para fortalecer o SNS, destacando a preferência por esta solução em detrimento do pagamento de horas extras.
Recentemente, o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, teve suas urgências fechadas temporariamente, provocando um protesto organizado pela comissão de utentes do hospital. A Lusa tentou contactar o hospital para comentários sobre o fecho das urgências e o protesto, mas não obteve resposta até o momento.