A parcela da população preta e parda com ensino superior completo quintuplicou nos últimos 22 anos, segundo dados do Censo 2022 divulgados pelo IBGE. Apesar do avanço, a desigualdade persiste: o índice entre brancos segue sendo mais que o dobro.
Em 2000, apenas 2,1% dos pretos e 2,4% dos pardos de 25 anos ou mais tinham ensino superior completo, contra 9,9% dos brancos. Já em 2022, os números saltaram para 11,7%, 12,3% e 25,8%, respectivamente.
Fatores que impulsionaram o crescimento
O avanço é atribuído à expansão do ensino superior público e privado e a políticas de financiamento e bolsas de estudo. Analista do IBGE destacou a influência da Lei de Cotas, mas ressaltou que a maioria das vagas no ensino superior ainda está no setor privado.
Desigualdades regionais e raciais persistem
Apesar dos avanços, as desigualdades ainda são marcantes:
- População indígena tem o menor nível de escolaridade, com apenas 8,6% de formados e 51,8% sem instrução.
- Nordeste (13%) e Norte (14,4%) têm os menores índices de ensino superior completo. Já o Centro-Oeste lidera com 21,8%.
- Distrito Federal tem o maior percentual de formados (37%), enquanto o Maranhão tem o menor (11,1%).
- Entre cidades com mais de 100 mil habitantes, São Caetano do Sul (SP) lidera com 48,2% de graduados, enquanto Belford Roxo (RJ) tem a menor taxa (5,7%).
Mulheres ultrapassam homens na educação
As mulheres também se destacam no nível de instrução: 20,7% delas concluíram o ensino superior, contra 15,8% dos homens.
Embora o Brasil tenha avançado na educação, o Censo 2022 reforça que barreiras sociais, regionais e raciais ainda precisam ser superadas para garantir um acesso mais igualitário ao ensino superior.