O Vaticano divulgou neste domingo (23) um novo boletim sobre a saúde do Papa Francisco, confirmando que o pontífice não teve novas crises respiratórias, mas apresenta um quadro de insuficiência renal leve, atualmente controlada. Apesar do estado de saúde crítico, o papa segue consciente e no comando da Igreja Católica, mesmo durante sua internação por uma infecção pulmonar complexa.
Contexto da internação:
- Francisco completa 10 dias de hospitalização, igualando o período de 2021, quando passou por cirurgia intestinal.
- Exames recentes revelaram trombocitopenia (queda de plaquetas) e anemia, exigindo transfusões de sangue.
- O Vaticano descartou especulações sobre renúncia: “São inúteis. Focamos na recuperação”, afirmou o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado.
Governança papal em debate:
A situação reacende discussões sobre o que acontece se um papa fica incapacitado. Diferentemente de dioceses locais, não há regras canônicas explícitas para transferência de poder nesses casos. Em 2021, especialistas propuseram normas para declarar a “Santa Sé totalmente impedida”, transferindo temporariamente a governança para o Colégio dos Cardeais.
Carta de renúncia e precedentes:
- Francisco confirmou em 2022 ter uma carta de renúncia para casos de incapacidade médica, entregue ao ex-secretário de Estado Tarcisio Bertone.
- O direito canônico exige que renúncias sejam “livres e manifestadas”, como fez Bento XVI em 2013.
Próximos passos e cerimônias:
- Enquanto Francisco se recupera, a Cúria Vaticana mantém as atividades rotineiras, incluindo preparativos para o Ano Santo de 2025.
- O camerlengo, cardeal Kevin Farrell, só assume funções em caso de morte ou renúncia formal, coordenando o interregnum até a eleição de um novo papa.
Mensagem do pontífice:
Em nota lida durante o Angelus, Francisco agradeceu as orações: “Continuo meu tratamento com confiança. O descanso também faz parte da terapia!”.
Fontes: Vatican News, Band UOL, Time, CBS News