O pecuarista Claudecy Oliveira Lemes, proprietário de 11 fazendas em Barão de Melgaço, Mato Grosso, enfrenta acusações por desmatar parte do Pantanal para converter a terra em pastagem para gado. Investigações revelam que ele utilizou uma mistura de 25 agrotóxicos diferentes, incluindo o 2,4-D, um componente do agente laranja, notório por seu uso pelos EUA na Guerra do Vietnã como desfolhante químico.
Detalhes da Operação:
O método de desmatamento envolveu a pulverização desses químicos a partir de aeronaves sobre a vegetação, causando a morte das árvores e impactando severamente a fauna local. O desfolhamento químico resultou em extensas áreas cinzentas no Pantanal, equivalentes em tamanho à cidade de Campinas, São Paulo.
Impacto Ambiental e Repercussões:
Os produtos usados são classificados como perigosos ao meio ambiente. Peritos confirmaram a contaminação de vegetação, solo e água nas áreas afetadas. O custo estimado para a recuperação ambiental dos danos causados alcança quase R$ 2,3 bilhões.
Responsabilidades e Consequências Legais:
Claudecy Oliveira Lemes já acumula múltiplas infrações ambientais e agora é réu em processos que abrangem crimes como alteração de curso de rio e desmatamento em área de preservação. Ele e outros envolvidos, como o piloto do avião e o agrônomo responsável pelos agrotóxicos, estão sob investigação, podendo enfrentar severas penalidades legais e multas que somam quase R$ 3 bilhões.
Resposta das Autoridades:
O Ministério Público e a polícia estão investigando o caso detalhadamente. Enquanto isso, as propriedades de Lemes estão sendo administradas por uma empresa designada pela justiça até a conclusão das investigações. Os advogados do pecuarista afirmam que ele vem cumprindo um acordo de reposição florestal com o Ministério Público, embora as acusações sugiram o contrário.
Este caso destaca a necessidade crítica de fiscalização e controle rigorosos sobre o uso de substâncias químicas no meio ambiente e a importância de manter a integridade dos ecossistemas vitais como o Pantanal.