Continuam os protestos violentos na França após o tiro fatal de um policial em um entregador de 17 anos de descendência argelino-marroquina. O incidente gerou acusações de racismo e uso excessivo de força contra a polícia.
Os protestos se transformaram em distúrbios com carros sendo incendiados, fogos de artifício sendo usados como armas e mais de 6.000 incêndios relatados. Em resposta, o governo mobilizou 45.000 policiais e veículos blindados. Muitas autoridades locais limitaram os serviços de transporte público e impuseram toques de recolher.
Um terço das 900 pessoas presas eram menores de 18 anos, algumas com apenas 12 anos. O presidente francês Emmanuel Macron pediu aos pais que mantenham seus filhos em casa. O policial envolvido no tiroteio está sob investigação formal por assassinato.
O policial que atirou fatalmente no entregador de 17 anos está sob investigação formal por assassinato, conforme relatado no vídeo da CBS Evening News. No entanto, até a minha última atualização, não tenho informações em tempo real sobre o desdobramento do incidente. Recomendo verificar as fontes de notícias mais recentes para os desenvolvimentos mais recentes.
Por que os distúrbios na França começaram?
Após um policial atirar e matar Nahel, de 17 anos, em Nanterre, França, duas noites consecutivas de protestos se desenrolaram na cidade e gradualmente se espalharam para outras regiões. O policial supostamente atirou no adolescente enquanto ele tentava fugir da polícia, citando preocupações com sua própria segurança. Todo o incidente foi capturado em um vídeo.
Após uma investigação inicial, o promotor local Pascal Prache determinou que as condições necessárias para o uso legal da arma não foram cumpridas. Como resultado, o policial responsável pelo tiroteio fatal no subúrbio de Paris, Nanterre, agora enfrentará uma investigação por homicídio voluntário.
Quem era o jovem de 17 anos, cuja morte motivou motins em França?
Fã de rap e motas, o jovem, que foi enterrado no cemitério de Mont-Valérien, com a maior privacidade, foi criado sozinho pela mãe em Nanterre, a oeste de Paris. Morava num bairro em construção na propriedade Pablo-Picasso, aos pés do distrito de La Defense, onde começaram os primeiros tumultos, na terça-feira, logo após o disparo de um polícia que lhe foi fatal, durante uma fiscalização de trânsito enquanto ele conduzia um carro alugado.
Durante uma marcha branca na quinta-feira em sua memória, o seu primeiro nome, Nahel, serviu de grito de guerra para milhares de pessoas que viram no seu futuro destruído o símbolo do tratamento injusto que a polícia francesa tem contra os jovens da imigração norte-africana ou negra africana.
“Nahel, ele era um jovem tranquilo. Ele cometeu delitos, de acordo, mas em que mundo é motivo para o matar?”, protestou Saliha, 65 anos, moradora no seu bairro. “Nahel é filho de todos”, disseram outros manifestantes durante esta homenagem que resultou em violência.
Devastada, a sua mãe, Mounia, descreveu o jovem como o seu “melhor amigo”. “Foi tudo para mim”, disse esta mulher que expressou a sua “revolta” enquanto se recusava a criticar toda a força policial. “Não culpo a polícia, culpo uma pessoa: aquela que tirou a vida do meu filho”, afirmou.
O eco da sua morte entoou muito além das fronteiras francesas e especialmente na Argélia, país de origem da sua família. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Argélia expressou a sua “consternação” e afirmou que Nahel era um dos seus “cidadãos” com quem França tem um “dever de proteção”.
O jovem, que também era muito próximo da avó materna, trabalhava como estafeta de entregas, segundo o advogado da família. Também iniciou um “curso de inserção” na associação Ovale Citoyen, que acompanha os jovens através do desporto, e estabeleceu uma parceria com o clube de rugby de Nanterre.
A ficha criminal de Nahel M. estava limpa, mas ele teve alguns desentendimentos com a lei por se recusar a obedecer, de acordo com o promotor de Nanterre, segundo o qual ele deveria comparecer no tribunal de menores em setembro.
Segundo as autoridades, foi a sua condução perigosa na terça-feira que justificou o controlo policial que lhe foi fatal.
“Para mim, Nahel foi o exemplo típico do jovem do bairro, fora da escola, às vezes marginal, mas não um ladrão de estrada, e que tinha vontade de sair dela”, testemunhou Jeff Puech, presidente do Ovale Citoyen, nas colunas do diário “Sud-Ouest”. “Ele ia construir um novo futuro”, garantiu a associação, no Twitter.