O presidente russo Vladimir Putin assinou um novo decreto relacionado às propriedades históricas de Moscou no exterior. Esse movimento é interpretado por blogueiros ultranacionalistas como uma base para futuras reivindicações revanchistas contra os vizinhos da Rússia e até mesmo contra os Estados Unidos.
O decreto, assinado pelo presidente na última semana, aloca fundos para a busca, registro e proteção legal das propriedades russas no exterior, incluindo propriedades nos antigos territórios do Império Russo e da União Soviética. Isso incluiria o Alasca, grandes extensões da Europa Oriental e Central, vastas áreas da Ásia Central e partes da Escandinávia.
Inicialmente, muitos consideraram isso uma provocação russa às democracias ocidentais, mas a situação é mais complexa. Putin também está usando isso para o consumo doméstico, oferecendo aos ultranacionalistas motivos para discussão e legitimando ainda mais a invasão da Ucrânia. E parece estar funcionando. Um dos maiores canais russos no Telegram, “Dois Majores”, sugeriu começar pelo Alasca.
Além do Alasca, o canal “Dois Majores” do Telegram, que possui mais de 530000 inscritos, escreveu que o Kremlin deveria olhar para “Ucrânia do Dniepre, Bessarábia, o Grão-Ducado da Finlândia, Armênia, Azerbaijão, Geórgia, os estados da Ásia Central do Turquestão Russo, a maioria das províncias bálticas e uma parte significativa da Polônia”.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia e a Empresa de Gestão de Propriedades Estrangeiras da administração presidencial são encarregados de realizar o trabalho, ordenados a encontrar, registrar e proteger as “propriedades” em questão.