Na segunda e última jornada da reunião de chanceleres do G20, realizada nesta quinta-feira (22), a discussão acerca de mudanças na governança internacional tomou o centro das atenções. O encontro, sediado no Rio de Janeiro, reúne representantes das principais economias do mundo para deliberar sobre questões cruciais da agenda global.
O Ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, fez um apelo enfático por reformas nos organismos internacionais, destacando a importância do multilateralismo como base para resolver divergências e promover a cooperação. Vieira ressaltou a necessidade de priorizar o diálogo em detrimento de conflitos armados, sublinhando que tais questões seriam discutidas em profundidade durante a sessão dedicada à reforma da governança global.
O evento, que teve início às 9h e está programado para se estender até as 13h, está sendo realizado na Marina da Glória, um ponto turístico emblemático do Rio de Janeiro, oferecendo uma vista panorâmica do Pão de Açúcar e do Cristo Redentor. Devido à presença das comitivas internacionais, a segurança na capital fluminense foi reforçada, com a mobilização de agentes das Polícias Federal e Rodoviária Federal, além das forças de segurança estaduais.
Os chanceleres, que começaram a chegar por volta das 8h, foram recepcionados na noite anterior pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, em um jantar no Palácio da Cidade, sede do executivo municipal, onde puderam desfrutar de uma apresentação da escola de samba Imperatriz Leopoldinense. Entre os ilustres participantes destacam-se o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, o Chanceler russo, Sergey Lavrov, e o Ministro de Relações Exteriores do Reino Unido e ex-Primeiro-Ministro britânico, David Cameron.
O primeiro dia de reuniões dos ministros das Relações Exteriores concentrou-se na análise do cenário internacional e no papel do G20 como fórum para o diálogo e a busca por acordos. Temas como a guerra entre Rússia e Ucrânia e a situação na Faixa de Gaza estiveram em destaque.
O Brasil assumiu a presidência rotativa do G20 em dezembro de 2023, buscando fortalecer o papel do Sul Global como protagonista nas discussões internacionais. O Ministro Mauro Vieira enfatizou que, apesar das divergências, o G20 permanece como um dos mais importantes foros internacionais, onde países com visões distintas podem se sentar à mesa e buscar soluções produtivas.
Além da reunião no Rio de Janeiro, estão programados outros encontros em território brasileiro, bem como uma cúpula de ministros em Nova York, em setembro, paralelamente à Assembleia Geral da ONU. O G20 é composto por 19 países e dois órgãos regionais, representando a maioria da economia e população mundiais. Como presidente do G20, o Brasil tem o direito de convidar outros países e entidades, como Angola, Bolívia, Egito, Emirados Árabes Unidos, entre outros, com o objetivo de ampliar o diálogo e a representatividade no contexto global.