Tarifas dos EUA à China podem impulsionar agro brasileiro

Tarifas dos EUA à China podem impulsionar agro brasileiro

Os Estados Unidos começam a aplicar, neste sábado (1º), tarifas de 10% sobre produtos importados da China. A medida faz parte das promessas de campanha do ex-presidente Donald Trump, que já havia iniciado uma guerra comercial com os chineses durante seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021.

Especialistas do mercado e associações do setor avaliam que essa nova tensão entre as duas maiores economias do mundo pode beneficiar o agronegócio brasileiro, especialmente na exportação de soja, milho e carnes.

Soja brasileira em destaque

Assim como ocorreu entre 2018 e 2019, quando a China impôs tarifas de 25% sobre a soja americana em resposta às barreiras tarifárias de Trump, o Brasil pode novamente se tornar o principal fornecedor do grão para o país asiático.

Atualmente, Brasil e EUA são os maiores exportadores mundiais de soja. A leguminosa é essencial para alimentar o rebanho suíno chinês, o maior do mundo. Com o aumento das tarifas, analistas preveem que a China ampliará ainda mais suas compras do grão brasileiro.

Milho e carnes também podem lucrar

O milho brasileiro, que já superou os EUA em exportações em 2023, também deve ganhar espaço no mercado chinês. Além disso, o setor de carnes pode se beneficiar, especialmente a carne bovina, onde o Brasil é líder global, e o frango, no qual o país disputa diretamente com os americanos.

Riscos para o Brasil nos EUA?

Embora o Brasil possa se beneficiar da disputa entre EUA e China, Trump já sinalizou descontentamento com as tarifas brasileiras sobre produtos americanos. Em declarações recentes, o ex-presidente afirmou que o Brasil “cobra muito” dos EUA e sugeriu medidas de reciprocidade.

Apesar disso, especialistas avaliam que é improvável que Trump taxe produtos agrícolas brasileiros, como café, carne e suco de laranja, devido ao impacto que isso poderia causar nos preços dos alimentos nos Estados Unidos.

No entanto, produtos industrializados, como o aço, já foram alvo de tarifas durante o primeiro mandato de Trump, em 2019.

O presidente Lula afirmou que, caso produtos brasileiros sejam taxados, o Brasil responderá na mesma medida, impondo tarifas sobre produtos americanos.

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