A decisão do governo Trump, anunciada no domingo (2), de encerrar a proteção contra deportação de centenas de milhares de venezuelanos nos Estados Unidos, baseia-se na alegação de que as condições na Venezuela melhoraram. No entanto, o regime de Nicolás Maduro segue intensificando sua repressão, tornando a situação no país sul-americano cada vez mais crítica.
A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, declarou que a Venezuela “não atende mais aos critérios” para o Status de Proteção Temporária (TPS), criado para proteger migrantes de países devastados por crises políticas ou econômicas.
Entretanto, para muitos, essa justificativa é absurda. “Maduro acaba de executar um golpe de Estado, e o número de presos políticos nunca foi tão alto”, afirmou David Morán, ex-vice-ministro das Finanças da Venezuela, atualmente escondido para evitar prisão.
Desde a contestada reeleição de Maduro em 2024, o país enfrenta uma repressão brutal. Milhares de venezuelanos foram presos, incluindo menores de idade, e líderes da oposição, como Edmundo Gonzalez, foram forçados ao exílio. Há relatos de tortura e execuções extrajudiciais, segundo organizações internacionais de direitos humanos.
Apesar desse cenário, o governo Trump cancelou a proteção do TPS, colocando cerca de 800 mil venezuelanos em risco de deportação nos próximos 60 dias. A decisão também revoga a extensão aprovada na era Biden, que manteria o status de proteção até 2026.
A medida gerou indignação. “Hoje temos mais repressão e violações dos direitos humanos na Venezuela. A decisão é incompreensível e coloca vidas em risco”, declarou José Antonio Colina, líder de uma organização de exilados em Miami.
A Anistia Internacional também se pronunciou, afirmando que a decisão reflete preconceito contra os venezuelanos. “Trezentos mil de nossos vizinhos agora têm sua segurança arrancada. São pessoas fugindo de uma crise humanitária e grave repressão política”, afirmou a organização.
Enquanto o regime de Maduro continua a sufocar a oposição e agravar a crise econômica, a decisão dos EUA deixa milhares de venezuelanos vulneráveis, evidenciando um cenário de incerteza e temor para os imigrantes no país.