Protesto reúne milhares em Lisboa:
“Se deixarmos entrar 15% de estrangeiros não haverá casas nem serviços de saúde para todos”, declarou André Ventura, presidente do Chega, neste domingo, no início da manifestação convocada pelo partido. O protesto reuniu pelo menos três mil pessoas em Lisboa contra o que consideram ser a imigração descontrolada e a insegurança nas ruas.
Posicionamento do Chega sobre imigração:
Ventura assegurou que a manifestação, considerada a “maior de sempre contra a imigração descontrolada”, não pretende fechar as portas aos imigrantes. Apesar de os manifestantes gritarem “nem mais um” como principal palavra de ordem, o líder partidário afirmou que o Chega defende que Portugal deve estar “aberto a quem quer vir por bem”.
Proposta de sistema de quotas:
O líder do Chega sugeriu a implementação de um sistema de quotas anuais definidas na Assembleia da República, comparando com países como Suíça e Estados Unidos. Criticou ainda o “Estado sem regras que se deixa abandalhar” e alertou que “ou acabamos com isto ou não há países nem fronteiras que sobrevivam”, citando França e Alemanha como exemplos.
Presença de líderes partidários:
André Ventura liderou a manifestação em Lisboa, acompanhado pelos deputados Pacheco de Amorim, Marta Silva, Rita Matias, Pedro Pinto, Rui Paulo Sousa e Patrícia Carvalho.
Confronto com manifestação antifascista:
O ponto do percurso que levantava maior preocupação de segurança era a zona do Intendente, onde a manifestação do Chega cruzaria, à distância, com a concentração “Não Passarão”, promovida por coletivos antifascistas. Com forte dispositivo policial, a PSP usou várias viaturas para separar as duas manifestações e evitar confrontos físicos.
Detenções durante a manifestação:
Pelo menos duas pessoas foram detidas no momento em que a manifestação do Chega se cruzou com a concentração antifascista. Segundo relatos, dois jovens que gritavam “25 de abril sempre, fascismo nunca mais” foram agredidos por um participante da manifestação contra a imigração. A polícia interveio e deteve os dois jovens.
Tensão ao longo do percurso:
Antes do incidente no Intendente, já havia ocorrido um momento de tensão junto à Igreja dos Anjos, onde um grupo de jovens com o rosto coberto aguardava a passagem da manifestação. A Polícia de Segurança Pública afirmou contar com um reforço policial “necessário e ajustado” para garantir a segurança.
Presença de grupos de extrema-direita:
Cerca de 20 minutos antes do início da manifestação do Chega, chegou ao local o líder do movimento de extrema-direita 1143, Mário Machado, acompanhado de algumas dezenas de pessoas, a maioria vestida de preto. O grupo se concentrou a alguns metros dos manifestantes e entoou cânticos como “Portugal é nosso e há de ser”.
Objetivos da manifestação:
A manifestação foi convocada pelo Chega para protestar contra a imigração descontrolada e a insegurança nas ruas. O partido defende políticas mais rígidas de controle migratório e maior investimento em segurança pública.
Reações da sociedade civil:
Grupos antifascistas organizaram a concentração “Não Passarão” como forma de protesto contra a manifestação do Chega, acusando o partido de promover ideias xenófobas e racistas. A tensão entre os dois grupos exigiu intervenção policial para evitar confrontos maiores.