A ONG Observatório do Marajó, dedicada ao desenvolvimento de políticas públicas no arquipélago paraense, emitiu um alerta sobre campanhas que falsamente associam a região à exploração e violação sexual de crianças e adolescentes. Em nota, a organização esclarece que as alegações de que a população local normaliza tais violências são infundadas e servem apenas para desonrar o povo marajoara.
A Verdadeira Luta pela Proteção Infantil:
A ONG ressalta que o combate à violência infantil deve ser feito através do fortalecimento do sistema de proteção e garantia de direitos das crianças e dos adolescentes, contrariando a disseminação de informações não comprovadas na internet.
Controvérsias de Damares Alves:
A senadora Damares Alves, anteriormente ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, recentemente reacendeu a polêmica ao associar, sem apresentar evidências, o Marajó à exploração sexual infantil. Suas declarações, juntamente com as de celebridades que a seguiram, não detalharam casos específicos nem apresentaram dados oficiais.
Falta de Provas e Promessas Não Cumpridas:
A onda de fake news sobre a Ilha de Marajó foi iniciada pela própria Damares Alves em 2022, com a ex-ministra espalhando alegações não comprovadas sobre estupro e tráfico de crianças na região. Apesar de promessas de investimento, a ex-ministra não alocou os recursos prometidos para fortalecer as comunidades escolares locais, optando por abrir espaço para grupos privados favoráveis à privatização da educação.
Repercussão e Análise das Denúncias:
Após alegações feitas por Damares em um culto, afirmando a descoberta de um esquema de tráfico de crianças no Marajó, o Ministério Público Federal e a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão demandaram esclarecimentos detalhados sobre as denúncias, as quais, segundo análises de relatórios e investigações, mostraram-se infundadas.
Consequências Legais:
Em setembro de 2023, o Ministério Público Federal processou a ex-ministra, solicitando o pagamento de uma multa de R$ 5 milhões por disseminar informações falsas e sensacionalistas sobre a Ilha de Marajó. A Justiça ainda avalia o caso.
Este incidente destaca a necessidade de uma abordagem baseada em evidências para a proteção das crianças e adolescentes, longe de narrativas sensacionalistas que apenas prejudicam a luta legítima contra a violência infantil.
IMPORTANTE: no mesmo dia em que fanáticos religiosos espalharam vídeos falsos sobre abusos de crianças na Ilha de Marajó, um pastor evangélico foi condenado a 27 anos de prisão por ESTUPRAR A FILHA de 5 anos de idade. Alguém viu alguma manifestação da Damares Alves ou do Nikolas… pic.twitter.com/FQSYa16Bcd
— Vinicios Betiol (@vinicios_betiol) February 23, 2024
Entidade da Ilha do Marajó desmente fake news de Damares Alves sobre ped0f1lia@lucasgsrocha @delucca
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