Um recente estudo conduzido pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho, utilizando dados de aproximadamente 50 mil empresas, destaca uma significativa disparidade salarial de gênero no Brasil, com mulheres ganhando, em média, 19,4% menos que os homens. Essa diferença se acentua em posições de liderança, onde alcança 25,2%.
Contexto Legal e Ampliação do Conhecimento:
A coleta dessas informações foi possibilitada por uma legislação implementada no último ano, que visa garantir a igualdade salarial entre homens e mulheres. Essa medida permitiu um entendimento mais profundo sobre as práticas remuneratórias das empresas e suas políticas para promoção da igualdade de gênero.
Desigualdade por Raça/Cor:
O estudo também revelou uma desigualdade ainda maior entre mulheres negras, que além de serem menos representadas no mercado de trabalho, recebem apenas 68% da remuneração média, comparadas aos homens não-negros.
Políticas Empresariais de Incentivo:
Embora apenas 32,6% das empresas afirmem ter políticas de incentivo específicas para a contratação de mulheres, os números caem ainda mais quando focados em grupos específicos, como mulheres negras, com deficiência, LBTQIAP+, chefes de família ou vítimas de violência.
Apoio à Parentalidade e Promoção Profissional:
A pesquisa indica que poucas empresas adotam medidas de apoio à parentalidade, como flexibilização do trabalho (39,7%), licença maternidade/paternidade estendida (17,7%) e auxílio-creche (21,4%). Cerca de 38% das empresas relataram ter políticas para promover mulheres a cargos de liderança.
Variações Regionais:
Há uma variação significativa da desigualdade salarial entre os estados. O Distrito Federal apresenta a menor diferença, com mulheres ganhando 8% menos que os homens. Em contraste, estados como Sergipe e Piauí têm as menores disparidades salariais, mas também as menores remunerações médias, enquanto São Paulo reflete a média nacional de desigualdade.