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Não são ‘terroristas’: parentes defendem suspeitos de motim no Brasil

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Não são ‘terroristas’: parentes defendem suspeitos de motim no Brasil

Sob um sol escaldante, um punhado de parentes de centenas de mulheres detidas após os violentos distúrbios de 8 de janeiro no Brasil esperaram em vão esta semana por uma chance de ver seus entes queridos
Não são 'terroristas': parentes defendem suspeitos de motim no Brasil
Não são 'terroristas': parentes defendem suspeitos de motim no Brasil

Em um coro de negações, eles insistiram que as mulheres não tinham nada a ver com a violência ou destruição de propriedade do governo e foram apanhadas em uma rede excessivamente ampla.

“Essas pessoas não estavam atrás do presidente (o esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva)”, disse à HB um homem de 50 anos que se apresentou como “Papi”, do lado de fora do presídio feminino de Colmeia.

“O que une (eles) é a indignação porque a eleição não pareceu transparente, não foi transparente, entendeu? Houve muitas dúvidas.”

Como outros reunidos do lado de fora dos portões da prisão, “Papi” não quis revelar seu nome completo ou mesmo sua relação com ninguém lá dentro.

Mas ele insistiu que seu parente não estava entre os milhares de manifestantes que invadiram violentamente o palácio presidencial, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal uma semana após a posse de Lula.

Analistas dizem que os manifestantes foram alimentados por uma campanha massiva de desinformação liderada pelo ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro, que alimentou temores de um regime “comunista” sob Lula e levantou dúvidas sobre a credibilidade de uma eleição que o líder esquerdista venceu por uma mínima margem.

Os manifestantes deixaram para trás pichações pedindo um golpe militar.

Mais de 2.000 suspeitos de desordeiros foram presos na operação que se seguiu em 8 e 9 de janeiro.

Dessas, cerca de 500 mulheres estão detidas no Colmeia desde então, aguardando decisão sobre se permanecerão presas preventivamente ou serão julgadas em liberdade.

Cerca de 900 homens estão detidos na prisão de Papuda, em outra parte da capital.

Os supostos manifestantes enfrentam uma série de acusações de “atos antidemocráticos”, incluindo envolvimento em uma tentativa de golpe de estado, que acarreta uma pena máxima de prisão de 12 anos.

– ‘Tratados como terroristas’ –

A maioria foi presa em um acampamento onde apoiadores de Bolsonaro se posicionaram após a rancorosa votação de outubro e de onde percorreram os oito quilômetros (cinco milhas) em 8 de janeiro até a Praça dos Três Poderes, onde invadiram as sedes do poder.

“Papi” disse que seu parente chegou a Brasília no dia do levante de ônibus vindo de sua casa no nordeste do Brasil, a mais de 1.500 quilômetros de distância.

Mas ele insistiu que ela protestou “pacificamente” antes de retornar ao acampamento para evitar ser pega nos confrontos. Aqui ela foi detida.

“Ela estava calma. Ela acreditava que no acampamento eles pegariam suas coisas e a deixariam ir para casa”, disse à AFP.

“A imprensa… está chamando essas 1.500 pessoas de terroristas”, disse “Papi” sobre as centenas ainda detidas.

“Na realidade, houve, digamos, cerca de dez vândalos, mas todas as 1.500 pessoas estão sendo tratadas como terroristas.”

Imagens de vídeo dos tumultos mostraram uma enxurrada de pessoas semeando destruição em sua fúria pelos prédios oficiais.

“Papi” disse que falou com seu parente pela última vez em 9 de janeiro.

“Ninguém teve contato com os presos… apenas os advogados”, reclamou.

– ‘Nenhuma idéia’ –

Na semana passada, pouco mais de 1.450 audiências de custódia foram realizadas para supostos manifestantes, de acordo com o Supremo Tribunal Federal que supervisiona a investigação.

Um promotor disse ao HB que as audiências de custódia devem acontecer dentro de 24 horas “em uma situação normal, com um crime normal” e um juiz deve decidir imediatamente se liberta um suspeito ou ordena sua prisão preventiva.

Em casos excepcionais, como este, esse prazo pode ser prorrogado sem limite, explicou o procurador.

Alguns parentes fora da prisão de Colmeia disseram ao HB que enviaram bilhetes para seus entes queridos por meio de advogados visitantes.

“Temos informações dos guardas de que (os presos) estão sendo bem tratados, mas nosso direito de vê-los… foi negado”, disse um homem de 30 anos, esperando com a namorada por notícias sobre a mãe dela.

Todas as manhãs o casal chega ao presídio às 8h, espera, sai para almoçar e volta, permanecendo até o anoitecer.

Até agora, não adiantou.

“Não temos ideia de quando eles serão soltos ou quando poderemos vê-los, dizer olá, trazer um sabonete, xampu ou alguns biscoitos”, disse o homem.

Ele também alegou que a mãe de sua namorada não participou do vandalismo – pelo qual ele disse que os responsáveis devem pagar.

“Eu só quero que ela saia o mais rápido possível”, disse ele.

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