Alertas da Abin e Depoimento de Saulo da Cunha
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) apresentou um relatório ao governo de transição alertando sobre a presença de manifestantes extremistas nos acampamentos em quartéis do Exército. A informação veio do ex-diretor da agência, Saulo da Cunha, em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). Cunha afirmou que a agência produziu 33 alertas relacionados às manifestações na primeira semana de janeiro.
Distribuição dos Comunicados
Segundo o ex-chefe da Abin, os alertas foram distribuídos para diferentes centros de inteligência. Foram acionados representantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), do Ministério da Defesa, do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, por meio de um grupo de mensagens no aplicativo WhatsApp. Parte desses alertas foram recebidos pelo general Gonçalves Dias, que comandava o GSI.
Controvérsias sobre o Registro dos Alertas
Ainda de acordo com o depoimento, o general Gonçalves Dias pediu para que o registro de que ele havia recebido os alertas não constasse no relatório da Abin. “Disse que não era o destinatário daquelas mensagens oficiais e que aquelas mensagens foram encaminhadas à grupos de WhatsApp”, disse Cunha a respeito das mensagens.
Avaliação da Natureza das Manifestações e Comunicação com G. Dias
O ex-diretor da Abin considerou que os alertas indicam que as manifestações não eram eventos comuns. “Naquele momento, a gente havia convicção de atos antidemocráticos”, afirmou. Saulo da Cunha também afirma ter alertado G. Dias a respeito da quantidade de ônibus que chegaram em Brasília às vésperas dos atos antidemocráticos. A resposta do ex-GSI foi: “Eu acho que vamos ter problemas”.