A resposta somos nós - HB Reprodução

ATL 2025: Povos Indígenas em Defesa da Constituição e da Vida

No Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) anunciou o tema do Acampamento Terra Livre (ATL) 2025: “APIB somos todos nós: Em defesa da Constituição e da vida”. A mobilização, que ocorre de 7 a 11 de abril em Brasília, reforça o compromisso dos mais de 300 povos indígenas na defesa de seus direitos garantidos pela Constituição de 1988.

Além de celebrar 20 anos de resistência e conquistas, o evento alerta sobre ameaças crescentes, como o avanço da tese do marco temporal e legislações prejudiciais, como a Lei do Genocídio Indígena (Lei 14.701/23) e a PEC 48.

Segundo Dinamam Tuxá, coordenador da APIB, a luta pela demarcação das terras é essencial para garantir a sobrevivência e o respeito aos povos originários. “Precisamos garantir que a Constituição seja seguida, que nossas terras sejam protegidas e que o movimento indígena seja ouvido para fortalecer a democracia brasileira”, afirma.

O evento reunirá milhares de indígenas de todo o Brasil para marchas e debates. Em 2024, cerca de 9 mil indígenas e mais de 200 povos participaram do ATL, reforçando a oposição à tese do marco temporal, que desconsidera a violência histórica contra os povos indígenas ao limitar seu direito à terra apenas àquelas ocupadas até 1988.

Indígenas e a Crise Climática Global

O ATL 2025 também será palco para discussões sobre a campanha “A Resposta Somos Nós”, que defende o papel dos povos indígenas na mitigação da crise climática. A iniciativa, lançada na Cúpula do G20, cobra ações concretas, como o fim dos combustíveis fósseis e a transição energética justa.

Em novembro de 2024, a APIB realizou um protesto simbólico no Rio de Janeiro, colocando imagens dos líderes das principais potências poluidoras – China, EUA, Índia, União Europeia, Rússia e Japão – na água, diante do Pão de Açúcar, para expor a inação das nações mais ricas na crise ambiental.

Estudos da APIB indicam que Terras Indígenas em processo de demarcação sofrem desmatamento acelerado, reforçando a urgência da regularização fundiária como estratégia de proteção ambiental. Essa pesquisa foi apresentada na COP-29 no Azerbaijão e reforça que demarcar é mitigar.

Acompanhe mais sobre a mobilização e os desafios enfrentados pelos povos indígenas no site oficial da campanha: A Resposta Somos Nós.

Fonte: APIB Oficial