O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou hoje a harmonia entre os Poderes como o catalisador para a recente elevação da nota da dívida pública brasileira. Em pronunciamento nesta terça-feira (19), Haddad atribuiu a conquista ao trabalho conjunto do Executivo e do Legislativo na aprovação da reforma tributária e do novo arcabouço fiscal, que sinalizam um compromisso conjunto em prol do desenvolvimento econômico do país.
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P Global) elevou a nota da dívida soberana brasileira, posicionando-a dois níveis abaixo do grau de investimento. Esta decisão segue a tendência iniciada pela Fitch, que já havia melhorado a nota brasileira em julho deste ano.
“Penso que a S&P estava aguardando o desfecho das reformas. Preciso salientar que quando há harmonia entre Poderes, quando se unem em torno de uma causa, para colocar ordem nas contas, garantir orçamento, quando o país tem projeto, as agências percebem que há coordenação em torno de objetivo maior”, afirmou Haddad.
O ministro elogiou o papel crucial do Congresso, destacando a atuação dos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. Haddad ressaltou que a promulgação da reforma tributária, marcada para amanhã, representa um marco histórico após três décadas de espera.
Desafios e perspectivas para 2024
Apesar do otimismo, Haddad reconheceu que desafios se apresentam para manter a estabilidade em 2024. Entre as principais tarefas mencionadas pelo ministro estão a implementação do novo marco fiscal, a busca por crescimento econômico acima da média global e a recomposição da base tributária, priorizando a arrecadação junto à parcela mais rica da população.
“Temos um marco fiscal elogiado por economistas de várias escolas. Temos de recompor a base fiscal do Estado brasileiro, que foi dilapidada. Foram anos de dilapidação. Você repondo isso, as coisas se estabilizam. E o próprio crescimento da economia acaba corrigindo essas distorções. Queremos uma trajetória de estabilidade”, declarou.
Para Haddad, é crucial que o Brasil alcance um crescimento econômico superior à média mundial nos próximos anos para corrigir distorções. O ministro defendeu a posição de que o Brasil merece o grau de investimento, considerando a robustez de sua reserva em moeda estrangeira.
“Nunca me conformei de o Brasil não ter grau de investimento. Porque um país que não deve um tostão em moeda forte, que tem mais de US$ 300 bilhões em caixa, não pode não ter grau de investimento? Tem que ter grau de investimento”, enfatizou Haddad.
Repercussão no governo e social media
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também expressou sua satisfação com a elevação da nota da dívida brasileira, destacando que a decisão confirma que o país está no caminho certo, especialmente após a aprovação da reforma tributária.
“A elevação da nota de crédito do Brasil por mais uma agência de risco confirma que o País está no rumo certo. Entre tantas boas medidas, importante ressaltar a parceria do governo do presidente Lula com o Congresso Nacional, que garantiu a aprovação da reforma tributária, após 35 anos”, escreveu a ministra na rede social X, antigo Twitter.
A conquista da melhor nota de crédito representa um passo significativo para o Brasil, impulsionando a confiança dos investidores e abrindo portas para oportunidades econômicas mais sólidas. O desafio agora é manter a trajetória de estabilidade e superar os obstáculos identificados pelo ministro Haddad para garantir um futuro promissor para a economia brasileira.