A Embaixada da Hungria no Brasil demitiu dois funcionários brasileiros nesta semana, sem justificar formalmente as razões. As demissões ocorreram após o vazamento de vídeos que mostram o ex-presidente Jair Bolsonaro hospedado na embaixada. Um dos demitidos era secretário do embaixador Miklós Halmai e o outro, encarregado de manutenção geral.
A decisão vem à tona uma semana após o “The New York Times” divulgar que Bolsonaro passou dois dias na embaixada, logo após ter seu passaporte apreendido pela Polícia Federal. A revelação foi feita através de vídeos do circuito interno, que mostram a chegada e saída de Bolsonaro do local, sem divulgação oficial pelo governo húngaro.
Segundo o direito internacional, as embaixadas são consideradas territórios invioláveis, onde o cidadão não pode ser alvo de ações das autoridades locais. Os funcionários demitidos tinham acesso ao sistema de vigilância em tempo real, indicando uma possível brecha de segurança que levou ao vazamento das imagens.
Além dos demitidos, outros cinco brasileiros trabalham na embaixada, incluindo um motorista, dois faxineiros e dois jardineiros. A segurança das gravações era restrita, armazenadas em uma sala não trancada, mas com acesso protegido por senha.
Após a divulgação pelo “The New York Times”, o ministro Alexandre de Moraes solicitou que Bolsonaro explicasse sua estadia na embaixada. A defesa do ex-presidente argumentou contra a sugestão de um pedido de asilo ou tentativa de evasão, posicionamento enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR) para análise.
As demissões e o contexto associado ressaltam a complexidade das relações diplomáticas e as implicações de segurança relacionadas à hospedagem de figuras políticas em embaixadas estrangeiras no Brasil.
