O cenário do samba carioca está enlutado com a partida de Melquisedeque Marins Marques, mais conhecido como Quinho do Salgueiro. O cantor e intérprete de sambas-enredo, que por anos encantou o público com sua voz marcante, faleceu aos 66 anos na última quarta-feira (3) no Hospital Municipal Evandro Freire, na zona norte do Rio, vítima de insuficiência respiratória decorrente de sua batalha contra um câncer de próstata iniciado em 2022.
Quinho, que iniciou sua carreira no bloco Boi da Ilha, precursor da escola de samba União da Ilha, conquistou seu espaço no mundo do samba, tornando-se o cantor principal da Acadêmicos do Salgueiro em 1985. Foi sob seu comando que a agremiação carioca celebrou títulos memoráveis, incluindo o campeonato de 1993 com o famoso samba “Peguei um Ita no Norte” e, posteriormente, em 2009, com o enredo “Tambor”.
A notícia do falecimento de Quinho foi lamentada não apenas pelos amantes do samba, mas também pela comunidade salgueirense. Em comunicado oficial no Instagram, a escola de samba expressou profunda tristeza, destacando que Quinho não foi apenas um intérprete talentoso, mas uma figura que se entrelaçou intimamente com a alma do Salgueiro, tornando-se uma voz marcante em cada conquista e desfile.
“Quinho não foi apenas um intérprete talentoso; ele foi a voz que ecoou em cada conquista, em cada desfile, e que se entrelaçou intimamente com a alma do Salgueiro”, declarou a Acadêmicos do Salgueiro.
Além de suas contribuições ao carnaval carioca, Quinho também deixou sua marca no carnaval paulista, participando da escola de samba Rosas de Ouro em 2000. A agremiação de São Paulo se manifestou nas redes sociais, chamando-o de “um dos grandes puxadores de samba da história do carnaval brasileiro”.
O sepultamento de Quinho do Salgueiro está previsto para sexta-feira (5), às 13h, no cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador. O corpo será velado na quadra do Salgueiro na tarde desta quinta-feira.
A partida de Quinho deixa uma lacuna no universo do samba, mas seu legado perdurará nas melodias e na memória dos apaixonados pela cultura brasileira.