A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que a taxa média de desocupação em 2023 atingiu o menor patamar desde 2014, ficando em 7,8%. O resultado reflete uma queda significativa de 1,8 ponto percentual em relação ao ano anterior, confirmando a tendência de recuperação do mercado de trabalho pós-pandemia.
Expansão no Emprego e Redução na Desocupação
O levantamento aponta que a população média ocupada atingiu um recorde de 100,7 milhões de pessoas em 2023, registrando um crescimento de 3,8% em comparação com 2022. Ao mesmo tempo, houve uma redução expressiva de 17,6% no número médio de pessoas desocupadas, totalizando 8,5 milhões.
Cenário de Contratação e Informalidade
O ano de 2023 encerrou com um recorde no número de empregados com carteira de trabalho assinada, atingindo 37,7 milhões, o que representa um aumento de 5,8% em relação ao ano anterior. Por outro lado, o contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado também apresentou crescimento de 5,9%, atingindo 13,4 milhões, configurando o pico da série histórica.
A quantidade de trabalhadores por conta própria somou 25,6 milhões no ano passado, registrando um acréscimo de 0,9% em 12 meses. A taxa anual de informalidade teve uma leve queda, passando de 39,4% para 39,2% entre 2022 e 2023.
Rendimento e Desempenho no Último Trimestre de 2023
O rendimento real de 2023 foi estimado pelo IBGE em R$ 2.979, apresentando um aumento de R$ 199 em comparação com 2022, crescendo 7,2%, superando a inflação oficial acumulada no ano passado, de 4,62%.
Considerando apenas os dados trimestrais, o último trimestre de 2023 registrou uma taxa de desocupação de 7,4%. A população ocupada alcançou 101 milhões, representando a menor taxa desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015.
Setores e Caged
A análise por setores revela que o grupamento industrial cresceu 2,5%, adicionando 322 mil vagas, enquanto a construção teve expansão de 2,7%, gerando 198 mil novos postos de trabalho. O segmento de transporte, armazenagem e correio acrescentou 237 mil empregos (4,3%), e outros serviços evoluíram 5,8%, somando 302 mil vagas.
O único setor que apresentou redução foi o de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, com queda de 4,8%, representando uma diminuição de 403 mil pessoas.
Nesta terça-feira (30), o Ministério do Trabalho e Emprego divulgou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que avalia apenas o comportamento dos postos de trabalho formal, ou seja, com carteira assinada. Em 2023, o Brasil registrou um saldo positivo de 1.483.598 vagas, com um salário médio de admissão de R$ 2.037,94.