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Temos mais a temer dos estúpidos do que dos maliciosos – Minha teoria da estupidez

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Temos mais a temer dos estúpidos do que dos maliciosos – Minha teoria da estupidez

Quando sabemos que algo ou alguém é mau, podemos tomar medidas para combatê-lo. Com estupidez, é muito mais difícil. Posso argumentar que a estupidez é pior do que o mal porque a estupidez pode ser manipulada e usada pelo mal. A estupidez tende a andar de mãos dadas com a aquisição de poder – isto é, estar no poder significa que renunciamos às nossas faculdades críticas individuais.
A estupidez, porém, tem seu lado negro. A pessoa estúpida costuma ser mais perigosa do que a maliciosa.
A estupidez, porém, tem seu lado negro. A pessoa estúpida costuma ser mais perigosa do que a maliciosa.

Na maioria das vezes, nós rimos disso. Afinal, a estupidez pode ser muito engraçada. Quando meu amigo perguntou a um grupo de nós recentemente qual era o sobrenome de Hitler, nós rimos. Quando outro amigo descobriu no mês passado que as renas são animais de verdade – bem, isso é engraçado. A zombaria bem-humorada sobre a ignorância de uma pessoa faz parte da vida cotidiana.

Inimigo interno

Nas histórias em quadrinhos e nos filmes de ação, sabemos quem é o vilão. Eles vestem roupas escuras, matam por capricho e riem loucamente de seu esquema diabólico. Na vida também temos vilões óbvios – ditadores que violam os direitos humanos ou assassinos em série e criminosos violentos. Por mais malvadas que sejam essas pessoas, elas não são a maior ameaça, já que são conhecidas. Uma vez que algo é um mal conhecido, o bem do mundo pode se unir para defendê-lo e lutar contra ele. Como digo: “Pode-se protestar contra o mal; pode ser exposto e, se necessário, impedido pelo uso da força. O mal sempre carrega em si o germe de sua própria subversão”.

A estupidez, porém, é um problema completamente diferente. Não podemos lutar tão facilmente contra a estupidez por duas razões. Primeiro, somos coletivamente muito mais tolerantes com isso. Ao contrário do mal, a estupidez não é um vício que a maioria de nós leva a sério. Não criticamos os outros por ignorância. Não gritamos com as pessoas por não saberem das coisas. Em segundo lugar, a pessoa estúpida é um oponente escorregadio. Eles não serão vencidos pelo debate ou abertos à razão. Além do mais, quando a pessoa estúpida está de costas para a parede – quando ela é confrontada com fatos que não podem ser refutados – ela estala e ataca.

“Nem os protestos nem o uso da força conseguem nada aqui; as razões caem em ouvidos surdos; fatos que contradizem o pré-julgamento de alguém simplesmente não precisam ser acreditados – nesses momentos a pessoa estúpida até se torna crítica – e quando os fatos são irrefutáveis, eles são simplesmente descartados como inconseqüentes, como incidentais. Em tudo isso, a pessoa estúpida, em contraste com a maliciosa, está totalmente satisfeita consigo mesma e, irritando-se facilmente, torna-se perigosa ao partir para o ataque.”

Com grande poder vem grande estupidez

A estupidez, como o mal, não é uma ameaça enquanto não tiver poder. Rimos das coisas quando elas são inofensivas – como a ignorância do meu amigo sobre as renas. Isso não vai me causar nenhuma dor. Portanto, é engraçado.

O problema com a estupidez, porém, é que muitas vezes anda de mãos dadas com o poder. “Ao observar mais de perto, torna-se evidente que todo forte surto de poder na esfera pública, seja de natureza política ou religiosa, infecta grande parte da humanidade com estupidez”.

Um apoiador do presidente brasileiro Jair Bolsonaro saúda enquanto canta o hino da nação do lado de fora de uma base militar durante um protesto contra sua derrota na reeleição em São Paulo, Brasil, 3 de novembro de 2022
Um apoiador do presidente brasileiro Jair Bolsonaro saúda enquanto canta o hino da nação do lado de fora de uma base militar durante um protesto contra sua derrota na reeleição em São Paulo, Brasil, 3 de novembro de 2022

Isso funciona de duas maneiras. A primeira é que a estupidez não o impede de ocupar um cargo ou autoridade. A história e a política estão cheias de exemplos de quando os estúpidos chegaram ao topo (e onde os inteligentes são excluídos ou mortos). Em segundo lugar, a natureza do poder exige que as pessoas abram mão de certas faculdades necessárias para o pensamento inteligente — faculdades como independência, pensamento crítico e reflexão.

O meu argumento é que quanto mais alguém se torna parte do sistema, menos indivíduo se torna. Um estranho carismático e empolgante, repleto de inteligência e políticas sensatas, torna-se imbecil no momento em que assume o cargo. É como se “slogans, slogans e coisas do gênero… tivessem tomado posse dele. Ele está enfeitiçado, cego, maltratado e abusado em seu próprio ser.”

O poder transforma as pessoas em autômatos. Pensadores inteligentes e críticos agora têm um roteiro para ler. Eles vão envolver seus sorrisos em vez de seus cérebros. Quando as pessoas se juntam a um partido político, parece que a maioria escolhe seguir o exemplo em vez de pensar criticamente. O poder drena a inteligência de uma pessoa, deixando-a semelhante a um manequim animado.

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