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Brasil transporta indígenas famintos da tribo Yanomami da selva

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Brasil transporta indígenas famintos da tribo Yanomami da selva

O Brasil transportou de avião 16 indígenas famintos da tribo Yanomami para receber tratamento urgente, depois que o governo declarou emergência médica.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, observa enquanto visita a Casa de Saúde Indígena Yanomami (CASA Yanomami) em Boa Vista, estado de Roraima, Brasil 21 de janeiro de 2023
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, observa enquanto visita a Casa de Saúde Indígena Yanomami (CASA Yanomami) em Boa Vista, estado de Roraima, Brasil 21 de janeiro de 2023

Os indígenas vivem em uma reserva no estado de Roraima, no norte do Brasil.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou seu antecessor, o de extrema-direita Jair Bolsonaro, de cometer genocídio contra a tribo da floresta tropical.

O governo declarou emergência médica depois que centenas de crianças Yanomami morreram de desnutrição.

As mortes estão ligadas à poluição da água causada pela mineração e extração de madeira na área densamente florestada, onde a insegurança alimentar é grande.

No sábado, o presidente Lula visitou Roraima, que faz fronteira com a Venezuela e a Guiana, após relatos de desnutrição grave entre crianças Yanomami e disse estar “chocado” com o que encontrou.

“Mais do que uma crise humanitária, o que vi em Roraima foi um genocídio: um crime premeditado contra os Yanomami, cometido por um governo insensível ao sofrimento”, disse posteriormente. “Vim aqui para dizer que vamos tratar nossos indígenas como seres humanos”.

Estima-se que 28.000 indígenas vivam na reserva Yanomami. Eles caçam, praticam agricultura de corte e queima em pequena escala e vivem em aldeias pequenas, dispersas e semipermanentes.

Em seus quatro anos no poder, Bolsonaro frequentemente criticou o tamanho das reservas indígenas e prometeu abrir algumas delas para agricultura e mineração. Seu governo enfraqueceu as proteções ambientais, e os críticos disseram que sua retórica encorajou atividades ilegais na região.

Hoje, estima-se que cerca de 20 mil garimpeiros ilegais operem dentro da reserva Yanomami, rica em ouro, diamantes e minérios. Em 2021, garimpeiros da região abriram fogo contra os Yanomami com armas automáticas.

O novo governo Lula diz que mais de 500 crianças indígenas morreram nos últimos anos por beber água contaminada com mercúrio, que está diretamente ligada à mineração ilegal de ouro.

Lula foi empossado como presidente em 1º de janeiro após derrotar Jair Bolsonaro por pouco, e a sociedade brasileira está profundamente polarizada.

Sonia Guajajara, Ministra dos Povos Indígenas, disse: “Devemos responsabilizar o governo anterior por permitir que essa situação piorasse a ponto de encontrarmos adultos pesando como crianças e crianças reduzidas a pele e ossos”.

O ministro do Interior, Flavio Dino, também acusou o governo anterior de abandonar a comunidade indígena e prometeu uma investigação.

Além de transportar de avião alguns dos membros mais gravemente doentes da tribo, as autoridades brasileiras anunciaram que o Ministério da Saúde criaria um hospital de campanha e enviaria suprimentos e profissionais de saúde para a área.

O médico André Siqueira, especialista em medicina tropical que atualmente trabalha na região de Roraima, disse à BBC que se deparou com casos de desnutrição grave em famílias indígenas inteiras e disse que a situação era “catastrófica” e “desastrosa”.

Ele disse que os Yanomami não são as únicas tribos que enfrentam sérias ameaças à sua existência e que testemunhou “situações semelhantes de falta de assistência e cuidado” em outros territórios indígenas.

“Isso é algo que precisa ser tratado com urgência, porque nossa humanidade depende disso”, disse o Dr. Siqueira.

 

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